quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Desigualdade

Com o Brasil sendo considerado um país de alto desenvolvimento humano, me fez pensar qual o critério que o Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) usou para tal avaliação, ou será que ninguém enxerga as inúmeras cenas de miséria no nosso país? É só olhar ao nosso redor. Sem precisar sair de nossas casas, através dos nossos vidros escuros do carro. Creio que os mesmos que usam critérios de avaliação para o desenvolvimento do país, também passam por situações rotineiras de ver uma criança, com um olhar inexpressivo, estirar a mão em frente a um vidro fechado na expectativa de receber uma moeda seja lá qual o valor.

Quem sabe não são todos que possam enxergar a atual situação de pobreza no Brasil. Talvez o avaliador do desenvolvimento humano seja nosso excelentíssimo presidente Lula - aquele que nada vê e nada sabe. Mas a questão não é essa. Estamos em 70° lugar no ranking de desenvolvimento, segundo a ONU. Isso é confuso. Como podemos estar entre os paises de alto desenvolvimento, estando ao mesmo tempo entre os piores do grupo?!

A desigualdade é visível. Querendo ou não, ela existe e isso não vai mudar tão cedo. Pelo menos até quando existirem pessoas que tampem seus olhos para não enxergar o mundo branco e preto que vivemos, querendo disfarçar as paredes cinzentas, pintando-as de branco, que pedem pela paz, mas não movem uma palha para vê-la acontecer. Isso é o Brasil.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

A complexidade de ser simples

As pessoas, em geral, têm a tendência de dar mais valor à complexidade. Um texto mais cheio de “adornos” é visto como mais bonito, mais erudito. Uma pintura ou desenho mais cheio de detalhes é mais valorizado. Até nos esportes, no futebol por exemplo, um jogador que abusa da habilidade, abusa dos dribles é considerado melhor.Na minha vida sempre estive oscilando entre a complexidade e a simplicidade no meu modo de pensar e principalmente de agir. Mas não por opção, e sim por necessidade.Sempre tive a tendência de querer buscar a maior complexidade possível nas coisas que eu fazia, e posso dar exemplos.A primeira atividade que realmente me dediquei foi o futebol. Pratiquei o esporte com seriedade e regularidade entre meus 7 e 16 anos, e como já disse acima, o jogador valorizado é o mais habilidoso, que dá mais dribles. Em outras palavras, aquele que “enfeita” mais ou faz “firulas”. Assim sendo, eu não era diferente. Porém, só comecei a me destacar como jogador quando, por pedido dos treinadores que tive, me tornei mais objetivo, mais direto, com intenções mais claras.Outra atividade que me dediquei seriamente foi a tocar bateria. E não diferente do ocorrido no futebol, buscava sempre a complexidade. Inventar “viradas” complicadas, grooves mais “quebrados”, criar músicas difíceis de serem tocadas. Muito disso claro, devido a influências que tive, principalmente das coisas e bateristas que ouvia. .Nessa época eu tocava em uma banda e quando fomos para o estúdio gravar o CD, mais uma vez fui obrigado a abrir mão das minhas “complicações”. A primeira coisa que o nosso produtor fez foi pedir para simplificar as baterias das músicas. E assim o fiz. As músicas ficaram menos emboladas, mais coesas e sonoramente mais audíveis. Mais uma vez a complexidade não me dava o resultado esperado.Agora, no atual momento da minha vida, me deparo com a necessidade de fazer o simples novamente.Desde uns 14 ou 15 anos escrevo. Escrevo textos, músicas, poemas, poesias. Nada com muita técnica ou comprometimento para falar a verdade, mas desde essa época sempre escrevi. O que me dava mais gosto no ato de escrever era ser complexo. Nunca escrevia aquilo que realmente queria dizer, deixava sempre mensagens subentendidas, usava palavras e construções difíceis. Enfim, me preocupava com o lado mais poético do que prático da arte de escrever.Hoje em dia, na faculdade de jornalismo, a primeira grande exigência passada aos alunos é: “escrever de forma simples”. Ser claro, objetivo e direto é fundamental. Saber apurar aquilo que realmente faz a diferença e transmitir isso da forma mais simples possível é obrigação. E digo que é ai que está à magia da coisa.Quem disse que fazer o simples é fácil? Não é. Não foi quando jogava futebol, e nem quando gravei em estúdio. A única diferença é que por já ter passado por isso antes, não me frustro. Muito pelo contrário começo a admirar e a entender a complexidade que existe em se fazer o simples.Quantas vezes não nos perguntamos “porque tudo não poderia ser mais simples?”. E eu respondo: “Porque fazer o simples é complicado”.Por isso jogadores como o francês Zinedine Zidane, ou o brasileiro Kaká são considerados craques. São eficientes pois jogam de forma simples. Não é a toa que um dos meus bateristas preferidos é o simples, claro e preciso Chad Smith.Fazer com que te entendam sempre, sem deixar dúvidas é qualidade de poucos. Qualidade esta que pretendo despertar em mim.E agora, depois de tanto querer complicar, me despeço da forma mais simples, clara e direta possível, com um “tchau!”. Simples assim.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Encontro de gerações

A lotação do metro me envolvia. Pessoas anunciando suas chegadas e partidas, barulhos de todos os tipos, de todos os lados.
Em meio a essa confusao,ali estava ele, um pobre senhor cabisbaixo, se apoiando nos cantos e procurando angustiado um lugar para descansar suas pernas. Sentou em minha diagonal, me encarou rapidamente e logo voltou ao seu estado de carência. Ele aparentava estar doente, enfraquecido. Uma fraqueza vinda da idade, ou talvez, do coração. Não era apenas tristeza que ele exalava, mas a sensação de ser mais alguém perdido no mundo. Mexia as mãos com serenidade, e ao mesmo tempo, passeava ansiosamente com os olhos pelo trem. Parecia que ele procurava por algo que o próprio sabia que nunca encontraria, algo que não estava ali. Quem sabe a si mesmo, um alguém que ele já foi e gostaria de reencontrar. Não penso que era uma procura pela juventude, mas pela vontade de viver. Lhe faltava o sorriso e a cabeça erguida, de como quem diz: "Estou aqui e sou alguém". Mas ao contrário disso, ele parecia querer se esconder no vão do túnel. Foram poucos minutos, mas aquela nossa conversa visual me disse muito. Toda vez que nossos olhos se encontravam eu sentia um pouco dele em mim, e de certo modo, um pouco do preto e branco que havia. Por instantes, senti que até eu mesma fiquei sem cor. E seria justo esbanjar minha alegria por minhas próprias conquitas tendo em mente aquele quadro de solidão? Fui embora, ele ficou. Aquele encontro, porém, permaneceu eterno.

Toda novela tem seu fim

Ao ouvir a palavra "mensalão", o brasileiro logo pensa nesta interminável novela em que se encontram envolvidos, diretamente ou não. Foram diversos capitulos que tiraram o folego, provocarem a raiva e despertaram o interesse público pela punição daqueles que perderam os valores éticos e trairam a propria naçao. Afinal, usar terno e gravata já não determina mais nada. Cada semana um novo escandalo, um nome diferente. E assim, o caos social foi aos poucos se estabelecendo. Para alguns, aqueles escolhidos como representantes do pais, o mensalão foi lucro. Para outros, a maioria, apenas fúria. Foi assim até quando finalmente o julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta última semana de agosto, trouxe a esperança novamente ao povo. Quarenta nomes foram julgados e acusados e o Brasil ganhou um novo sinonimo de integridade: Joaquim Barbosa. Ele, com pulso firme, representou a indignação de milhões de brasileiros naquele tribunal. O que parecia interminável, finalmente foi encaminhado para um fim. É certo que a corrupção não será extinta, mas punir aqueles que transformaram a política brasileira em uma grande anarquia é essencial. Foram 112 votações envolvendo ministros do STF, com o poder de decidir, ou não, se as denúncias feitas seriam aceitas. Joaquim Barbosa ganhou todas elas, sendo 96 por unanimidade. O primeiro passo foi dado, e mesmo que ainda no início de um longo processo, a sensação é de alívio, após um desgastante período de decepção.

Doce insensatez

"Sexo antes, amor depois", disse Arnaldo Jabor. Penso que esta seja verdadeiramente uma frase que descreve muitos pensamentos. A geração na qual me encontro é repleta de palavras sem sentidos. Vozes perdidas, promessas não cumpridas e olhares irreais. Tudo tão supérfluo, tão vago. As pessoas não têm mais tempo para sentir. Elas usam a pressa como uma razão para o impulso e alimentam apenas a carne, o desejo momentâneo, acreditando que é tudo o que precisam. Mas e se fazer amor seja realmente melhor do que fazer sexo? E se o verdadeiro estremecer venha apenas com uma perfeita combinação entre corpo e alma? Pode parecer Pieguice, mas não tenho medo de dizer que ser promíscua sem ser romântica não me leva a lugar nenhum. Não importa o quão macia seja a mão, pois se não for a mão certa, o toque será sempre áspero. Não importa se o corpo está quente, se não for o que seu coração deseja, seu próprio corpo o rejeitará. O sexo perfeito é aquele onde há o deslumbre de olhares. E hoje, admito ser romantica e até mesmo insensata, sem vergonha de ser taxada de louca, pois louco é quem não conhece o amor.

domingo, 4 de novembro de 2007

Drogas nos anos 60 e 70

Falar de drogas nos anos 60 e 70 é totalmente diferente do que se falar de drogas hoje em dia.
Se hoje as drogas são efeito e causa de problema social, uma mercadoria que gera milhões de reais com o tráfico além de violência e mortes, nas décadas de 60 e 70 eram uma forma de libertação, de se enxergar o que ninguém via. Eram parte essencial de uma ideologia que estava nascendo e que mudaria o mundo a partir, principalmente, da música.


Contextualização:

A década de 60 foi marcada pelo movimento de CONTRACULTURA. Esse movimento, difundido principalmente entre os jovens, era um movimento de contestação às normas e valores vigentes na época.
Entre os motivos de contestação, estava principalmente a Guerra do Vietnã , que teve inicio em 1958 e se encerrou apenas em 1975.
As buscas pela liberdade de expressão e pela liberdade sexual também se encaixavam no movimento, e tiveram ainda mais força com o aparecimento dos principais representantes do movimento de CONTRACULTURA: OS HIPPIES.
Jargões conhecidos como “sexo, drogas e rock’n’roll” ou “paz e amor” são até hoje ligados aos hippies, que em sua ideologia, se opunham radicalmente aos valores culturais considerados importantes na sociedade como o trabalho, o patriotismo e nacionalismo e a ascensão social. Viviam em grupos e em aldeias, e foi na era dos hippies, que o uso das drogas se tornou mais intenso. Grandes manifestações e festivais como o “Verão do amor” em 1967 e o “Woodstock” de 1969 aconteceram e tiveram repercussões mundiais.


As Drogas:

Diversos tipos de drogas foram usadas nesse período. A maconha era a droga mais popular e mais utilizada. Drogas mais pesadas como cocaína e horoína também eram usadas, o ecstasy surgiu no final de década de 60 mas não teve muitas repercussões. Mas de todas as drogas foi o LSD a droga de maior destaque na época.
Ácido ou droga psicodélica, como era conhecido, o LSD era usado em conjunto e tinha seu uso permitido. Com o grande número de usuários a droga foi proibida no final da década de 60 mas continuou sendo usada. O LSD tinha efeitos alucinogénos e aumentava a percepção sensorial. O usuário se sentia bem e em estado de euforia e liberdade — sentimentos totalmente condizente com o sentimento da época.
O LSD foi a droga que possibilitou maior mudança na época, principalmente na música.


As Drogas e a Música:

A maioria dos músicos da época eram usuários de drogas. A principal representação múcical era o rock, e das bandas que surgiram na década de 60, quase todas tiveram contatdo com o LSD.
A música e a droga tinham uma ligação muto íntima. Muitos músicos se drogavam para compor. Em shows tanto banda como público estavam sobre efeito das drogas.
O albúm “Sg.t Peppers Lonely Hearts Club Band” dos Beatles, considerado um dos marcos na história da música, foi inteiro composto, produzido e gravado sobre so efeitos do LSD.

Considerações Finais:

As drogas atingiam os jovens direta e indiretamento, por todos os lados. Era usada como forma de contestação e liberdade. Estava ligada a ideologia da época, e foi um dos instrumentos que possibilitou todas as mudanças que ocorreram..
No final dos anos 70 as drogas começaram a ser usadas execivamente e perderam o seu significado inicial.
Não pretendemos com esse texto fazer apaologia às drogas, mas sim mostrar o papel que as drogas tiveram nos ano de 1960 e 1970 e traçar um paralelo com a situação atual das drogas hoje em dia.