quinta-feira, 22 de novembro de 2007

A complexidade de ser simples

As pessoas, em geral, têm a tendência de dar mais valor à complexidade. Um texto mais cheio de “adornos” é visto como mais bonito, mais erudito. Uma pintura ou desenho mais cheio de detalhes é mais valorizado. Até nos esportes, no futebol por exemplo, um jogador que abusa da habilidade, abusa dos dribles é considerado melhor.Na minha vida sempre estive oscilando entre a complexidade e a simplicidade no meu modo de pensar e principalmente de agir. Mas não por opção, e sim por necessidade.Sempre tive a tendência de querer buscar a maior complexidade possível nas coisas que eu fazia, e posso dar exemplos.A primeira atividade que realmente me dediquei foi o futebol. Pratiquei o esporte com seriedade e regularidade entre meus 7 e 16 anos, e como já disse acima, o jogador valorizado é o mais habilidoso, que dá mais dribles. Em outras palavras, aquele que “enfeita” mais ou faz “firulas”. Assim sendo, eu não era diferente. Porém, só comecei a me destacar como jogador quando, por pedido dos treinadores que tive, me tornei mais objetivo, mais direto, com intenções mais claras.Outra atividade que me dediquei seriamente foi a tocar bateria. E não diferente do ocorrido no futebol, buscava sempre a complexidade. Inventar “viradas” complicadas, grooves mais “quebrados”, criar músicas difíceis de serem tocadas. Muito disso claro, devido a influências que tive, principalmente das coisas e bateristas que ouvia. .Nessa época eu tocava em uma banda e quando fomos para o estúdio gravar o CD, mais uma vez fui obrigado a abrir mão das minhas “complicações”. A primeira coisa que o nosso produtor fez foi pedir para simplificar as baterias das músicas. E assim o fiz. As músicas ficaram menos emboladas, mais coesas e sonoramente mais audíveis. Mais uma vez a complexidade não me dava o resultado esperado.Agora, no atual momento da minha vida, me deparo com a necessidade de fazer o simples novamente.Desde uns 14 ou 15 anos escrevo. Escrevo textos, músicas, poemas, poesias. Nada com muita técnica ou comprometimento para falar a verdade, mas desde essa época sempre escrevi. O que me dava mais gosto no ato de escrever era ser complexo. Nunca escrevia aquilo que realmente queria dizer, deixava sempre mensagens subentendidas, usava palavras e construções difíceis. Enfim, me preocupava com o lado mais poético do que prático da arte de escrever.Hoje em dia, na faculdade de jornalismo, a primeira grande exigência passada aos alunos é: “escrever de forma simples”. Ser claro, objetivo e direto é fundamental. Saber apurar aquilo que realmente faz a diferença e transmitir isso da forma mais simples possível é obrigação. E digo que é ai que está à magia da coisa.Quem disse que fazer o simples é fácil? Não é. Não foi quando jogava futebol, e nem quando gravei em estúdio. A única diferença é que por já ter passado por isso antes, não me frustro. Muito pelo contrário começo a admirar e a entender a complexidade que existe em se fazer o simples.Quantas vezes não nos perguntamos “porque tudo não poderia ser mais simples?”. E eu respondo: “Porque fazer o simples é complicado”.Por isso jogadores como o francês Zinedine Zidane, ou o brasileiro Kaká são considerados craques. São eficientes pois jogam de forma simples. Não é a toa que um dos meus bateristas preferidos é o simples, claro e preciso Chad Smith.Fazer com que te entendam sempre, sem deixar dúvidas é qualidade de poucos. Qualidade esta que pretendo despertar em mim.E agora, depois de tanto querer complicar, me despeço da forma mais simples, clara e direta possível, com um “tchau!”. Simples assim.

Um comentário:

Anônimo disse...

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