"Natalia não vá!" Minha razão esperneava por dentro e tentava me convencer que tudo aquilo era um engano. Mas eu, novamente deixei tudo de lado para escutar somente meu coração, que nem fazia forças para gritar, apenas sussurrava e segredava palavras e promessas luminosas ao pé do ouvido.
Acreditei. Enganei-me, sou dona de um coração acriançado, pueril e mais tolo que possa existir. Tentei arrancá-lo de dentro de mim, colocá-lo em uma pequena caixinha no fundo de um congelador, mas ele está preso, muito preso e agora sim grita para que eu acredite em suas palavras, para que eu acredite que nunca mais vai me fazer sofrer, grita para que eu o deixe ali, naquele lugar ardente, confortável, aconchegante e protetor, meu peito.
Dessa vez, não quis confiar em uma só palavra, agora os papéis estavam invertidos. Na minha cabeça, escutava uma voz que falava baixinho, de canto “está certo, faça o certo..” e meu coração demandava e suplicava apenas uma ultima chance.
Mas, chorando e com uma interminável dor dentro do peito, escutei pela única vez minha razão e arranquei, sem deixar nenhum resquício, tudo que sobrara desse tolo coração. Depois, o coloquei em uma caixinha junto com toda magoa e rancor que existia em mim e enterrei num lugar que nem mesmo eu sei onde fica. Talvez, esse lugar se chame passado. Passado no qual jurei nunca recordar. Jamais procurar cicatrizes antigas só pelo fato de saber que elas ainda permanecem lá, intactas, do jeito que as deixei um dia.
Hoje meu coração ainda deve chorar, gritar, espernear, no entanto faço questão de não o escutar mais, nunca mais.
segunda-feira, 10 de setembro de 2007
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário